Couve é o nome vulgar, genérico, das diversas variedades da espécie Brassica oleracea L., pertencentes à família das Crucíferas.
A nível mundial, a sua produção é liderada pela China, com quase 50% do total, ocupando a Índia o segundo lugar com uma importância de 9%. A União Europeia tem uma quota na produção mundial de 7% e a Federação Russa de 6%.
Em Portugal, as couves cultivam-se por todo o país, não sendo exigentes em solos e produzem melhor em solos de pH neutro e em climas amenos e temperados. No entanto, as áreas de mercado mais representativas são o Oeste, Póvoa do Varzim-Esposende e Aveiro. No total, ocupam uma área cultivada de cerca de 10.000 hectares, sendo que a couve lombarda e a couve repolho representam quase 50% da área total.
Às tradicionais couves lombarda, penca, portuguesa, roxa, flor, tronchuda, repolho, brócolo e nabo (cabeça e grelo), juntaram-se recentemente a couve chinesa, de Bruxelas e Spitzkool que, embora com pouca procura, se vão impondo ao paladar português.
A importância desta família de hortaliças reside no seu conteúdo em compostos de enxofre, considerados como potentes antioxidantes que ajudam a prevenir doenças.
São muito nutritivas pela sua riqueza em vitaminas e minerais, como cálcio e magnésio. O seu alto teor em água faz com que sejam alimentos com baixo aporte calórico. Também abundam na sua contituição os higratos de carbono e as fibras, seguidos de uma menor proporção em proteínas e gorduras.
Na culinária, são frequentemente utilizadas em sopas, cozidas, em saladas como guarnição ou também em conserva, como é o caso do Choucrute.
As couves têm normalização obrigatória, mas nem sempre estão de acordo com as suas regras, nomeadamente no que diz respeito à embalagem, calibragem e apresentação, o que as desvaloriza quando confrontadas com igual produto vindo da União Europeia.
No mercado do Porto, a couve Penca ocupa um lugar primordial em termos de procura e volumes transaccionados, o mesmo acontecendo nos mercados do Sul com a congénere couve portuguesa.
A comercialização das couves, em geral, é feita por operadores comerciais e Organizações de Produtores, que colocam o produto junto de junto das cadeias de pequena e média dimensão. São também de considerar as transacções realizadas junto de grossistas e camionistas com actividade nos mercados abastecedores, bem como as efectuadas em mercados regionais.
O saldo da balança comercial no conjunto de todas as couves é positivo. Os principais compradores são a Alemanha (30%), a Espanha (28%) e o Reino Unido (23%) e a França (8%). Quanto à couve-flor e aos brócolos, o saldo comercial é altamente negativo, sendo importados principalmente da Espanha e Alemanha.
Relativamente à couve-de-bruxelas, o saldo da balança comercial é negativo, no entanto, o valor de vendas ao exterior tem aumentado nos últimos anos. No que respeita às aquisições deste tipo de couve, cerca de 56% e 32 % do valor foi proveniente de Espanha e Alemanha, respectivamente.
Nos próximos anos perspectiva-se a continuação do aumento da área de cultivo em estufa de couve penca e repolho, na área de mercado de Póvoa de Varzim-Esposende, como forma de ultrapassar condicionalismos climáticos, permitindo um abastecimento mais regular do mercado ao longo do ano.